sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A dor e a delícia dos 25

Talvez seja essa a idade da crise dos vinte e poucos anos. Sabe aquele momento em que você chega na metade do caminho e não sabe se volta, se vai adiante ou se muda totalmente a direção? Então, ele existe.
O momento é de crise em todos os sentidos. Somos abalados pela situação econômica do país, ao mesmo tempo surge a dúvida se fizemos a escolha do curso certo no vestibular. A vontade de bater asas como tínhamos aos 20, vai dando lugar ao desejo de uma âncora, rede e sossego. Pensamos que já é hora de casar, mas queremos fazer outra graduação e cursar um mestrado. Você passa a colocar os seus sonhos em ordem de prioridade.
Embora, ainda jovem, você já não consegue ficar acordado até às 5 da madrugada (isso é motivo para uma bela enxaqueca no dia seguinte), seu estômago torna-se mais sensível aos alimentos e a “algumas pessoas”, e então, começam as dietas sem glúten, sem lactose, sem sabor. Os exercícios físicos finalmente são levados a sério. Até que essa idade traz uma vida mais saudável, não é?

Por outro lado vem o cansaço. Torna-se insuportável carregar nas costas o peso de relações mal resolvidas. E nesses casos, quando a boca não fala, o choro é mais intenso. A dor é terrível, é preciso gritar. Depois do grito, nossa alma quer descanso no abraço apertado de um amigo. E assim como a dor veio, ao encostar coração com coração, ela simplesmente passa.
O choro é intenso, mas a risada também pode ser. Ah! Como passamos a dar valor nos momentos felizes com as pessoas que amamos, pode ser a família ou os amigos. O desejo é que isso dure para sempre. Mas não dura.
E depois de um riso desesperador, você volta para as milhares de dúvidas que perturbam o sono. Pensa que já tem 25 anos e não realizou nem metade do que havia planejado. Isso causa tristeza.
Ao mesmo tempo que você é tomado por essa avalanche de dúvidas, há a gratificação de estar adquirindo maturidade para refletir sobre escolhas e atitudes.
E neste momento, muito mais que a realização se sonhos, pede-se a Deus um pouco de sabedoria para escolher qual caminho trilhar. Uma coisa que aprendemos aos 25 é a necessidade de andar com os pés no chão.