domingo, 10 de março de 2013

A verdadeira essência do Dia Internacional da Mulher

Foto Divulgação



Elas têm um pouco de menina, o amor fraternal de mãe, a delicadeza de uma rosa e ao mesmo tempo, uma força avassaladora. São formadas de muitas qualidades, essencialmente mulheres. O mês de março inicia-se com uma data em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a ocasião não tem como finalidade a especulação comercial, mas sim um momento de reflexão sobre a trajetória feminina na sociedade ao longo dos anos.
Decretada em 1975, pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data tem raiz histórica em uma manifestação realizada no dia 8 de março de 1857 por artesãs de uma tecelagem da cidade de Nova Iorque, cuja finalidade era reivindicar melhores condições de trabalho- entre elas, aumento dos salários, redução da carga horária e melhor infraestrutura, pois as fábricas tinham muita umidade e causavam doenças, que muitas vezes, levavam as operárias ao óbito. Para reprimir o movimento, as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Há relatos que cerca de 130 tecelãs foram mortas.
  A história da mulher na sociedade sempre foi acompanhada de muitas lutas. Para que elas pudessem ter direito ao voto, educação e emprego foram necessárias três revoluções feministas que tiveram como objetivo libertá-las das imposições sociais que lhes eram atribuídas, uma delas, o direito de amar. Aos poucos, as mulheres conseguiram vitórias, todavia, ainda sofrem muitos desafios.
Violência sexual, moral e doméstica, em alguns casos exercem as mesmas funções dos homens e ganham menos, exercem tripas jornadas de trabalho- emprego, casa e filhos- e a nova violência do século XXI, a ditadura da beleza. São males que ainda persistem na sociedade depois de séculos e revoluções.
            Há quem ousa dizer que a mulher é o sexo frágil. Como encontrar fragilidade no corpo e na alma de mulheres que deram a vida em busca de cidadania? Onde há fraqueza nos braços de uma mãe que segura seu filho depois de nove meses de espera? Em que lugar está a debilidade de trabalhadoras que enfrentam uma rotina diária de trabalho, cuidados com os filhos e com a vida amorosa? A resposta está na força de quererem respeito e reconhecimento não só em 8 de março, mas em todos os dias da semana, do mês e do ano.
            Neste Dia Internacional da Mulher não queremos apenas rosas e uma caixa de chocolates, a luta de 130 trabalhadoras não foi para isso, mas sim em busca de uma causa mais urgente. Precisamos de respeito, atenção e compreensão, pois não somos perfeitas o tempo todo. Muito bem colocado pela escritora Lya Luft em sua “canção para as mulheres”, queremos, “que o outro entenda que mesmo se às vezes nos esforçamos, não somos, nem devemos ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.”