terça-feira, 31 de julho de 2012

Embriagar-me de palavras

Hoje à noite em uma das minhas espiadas no Facebook, vi um post do amigo jornalista Vitor Nucci, que dizia o seguinte: "Busco a palavra vodka nos e-mails enviados e acho um texto que escrevi há algum tempo, me deu saudade...". Ao ler esse comentário minha alma foi tomada por uma imensa dor na consciência. Há um mês que não escrevo.
Dói o fato de abandonar a escrita, pois as palavras sempre me salvaram de muitas coisas, desde quando eu era pequena e brincava de fazer livrinho com papel sulfite. Contava histórias sobre cachorros (quase sempre inspiradas no livro do Cachorrinho Samba), de meninas tristes e de castelos encantados. Cresci e a partir de então, minhas histórias passaram a ser mais voltadas para a realidade.
Na verdade, meu distanciamento das palavras deve-se a uma ressaca literária que sofri desde agosto do ano passado, período ao qual dediquei os últimos onze meses para escrever um livro de verdade. Assim como se embriaga com vodka, fiquei embriagada dos meus personagens, de todos os problemas que eles viviam e de todas as angústias deles. Eu precisava de um tempo.
Mas às vezes, o tempo que se dá a fim de melhorar de uma ressaca causa mais males do que continuar embriagado. Por enquanto quero voltar ao meu vício de escrever e pretendo embriagar-me todos os dias para nunca mais sentir a dor dessa saudade.