sábado, 30 de outubro de 2010

Como pode um anjo

Ela não acreditava em anjos
Até que um dia conheceu um
Ela não acreditava no amor
Até que se apaixonou
Seu coração, sua pele eram frios
O amor os aqueceu
Ela não gostava de rosas
Passou a gostar
Seus dias eram jogados
Passaram a ser uma eterna espera
A espera...
A espera de um olhar
Ela gostava de músicas alegres
Sua vida foi tomada pela melancolia
E ela continua esperando...
Ela era controlada
Perdeu o controle
Gostava do céu azul
Agora gosta do cinza
Nunca tivera o coração disparado
Agora ele bate, bate
Bate de dor
Cada vez que ele a faz chorar
Ela só conhecia o amor dos livros
Não sabia que ele doia tanto
Agora sente a dor
Assim como se a falta dele lhe fosse
a amputação de um membro
Sua falta lhe amputou
grande parte do coração
Como pode um anjo
Como pode um anjo
Fazê-la sentir tanta dor?
Como esse anjo consegue misturar todos os sentimentos?
Como pode....

domingo, 10 de outubro de 2010

A saúde no Brasil agoniza

O horário eleitoral infelizmente se transformou em um debate sobre o aborto, legalização do casamento entre homossexuais e sobre religião. Quem estava indeciso em relação ao seu voto deve estar enrolado em um nó difícil de desatar. Tanto Serra como Dilma estão apelando para o caráter religioso e esquecendo que o Brasil tem problemas mais sérios para serem resolvidos, principalmente a respeito de saúde pública, incluindo o aborto.

Por que não discutir a respeito das políticas de urbanização? Toda chuva várias cidades brasileiras são inundadas, pois não há e não houve planejamento. As cidades foram construídas de forma desordenada e da mesma forma populadas. Quando chove a população fica exposta a doenças. É um problema que também precisa ser resolvido e raramente vejo os candidatos à presidência da república discutir sobre isso.

Os hospitais públicos também não estão cem por cento. É freqüente um paciente entrar com uma doença sem gravidade nos hospitais e morrer por infecção hospitalar. Qual a causa disso? Hospitais lotados, pacientes em corredores, estrutura de UTI’s e emergências precárias. Há poucos meses uma criança de quatorze anos morreu por falta de um aparelho. Motivo? A família não tinha como pagar e as autoridades ficaram brincando de pingue-pongue enquanto a vida de uma criança estava em jogo.

Crianças nas ruas passando fome também é saúde pública. Quantas estão desnutridas a mercê da caridade de instituições não governamentais. Enquanto pezinhos andam descalços nas ruas imundas, sujas pelo papel do consumismo e santinhos de políticos, nossos candidatos aparecem na televisão bem vestidos, penteados, calçados e alimentados; discutindo se deve ou não matar crianças fruto de sexo irresponsável e muitas vezes de crimes nojentos como o estupro.
Parece que tem mais coisa para discutir nos debates da televisão. O aborto é sim um tema importante, mas há outras urgências esperando resolução dos nossos políticos. A questão pública do Brasil está agonizando e isso já faz tempo.